quinta-feira, 17 de maio de 2012

Drenagem em áreas Urbanas


Em sistemas de drenagem muito antigos ou cujo dimensionamento e/ou ampliações não acompanharam o crescimento da área urbana e do sistema viário dos municípios, há a tendência de acumulação do material sedimentar erodido. O assoreamento do sistema de drenagem urbana atinge 40% daqueles que fazem
MAP, e é um dos importantes causadores do estrangulamento do sistema de drenagem urbana, propiciando inundações, que ocorrem em 43% dos municípios que realizam Manejo das águas Pluviais -  MAP. Sem o controle da erosão, os corpos receptores têm seu potencial de vazão diminuído com o assoreamento, criando sérios problemas por ocasião de grandes chuvas. Em 19% dos municípios com MAP, ocorre associação entre erosão e assoreamento, e em 25% deles há uma conjugação do assoreamento com as inundações.
As inundações ocorreram, predominantemente, em áreas urbanas naturalmente inundáveis por cursos d’água (61% dos municípios com declaração de ocorrência de inundações). Foram associadas, principalmente, a obstrução de bueiros e de bocas de lobo (45% dos municípios com este problema ambiental), a ocupação intensa e desordenada do solo (43% dos municípios), e a outras causas
(obras inadequadas, dimensionamento incorreto do projeto, lançamento de lixo, etc.). A gestão adequada de bacias hidrográfi cas, o controle sobre a retirada da cobertura vegetal e a ocupação do solo são fundamentais para o bom funcionamento dos sistemas de drenagem urbana. As inundações, quando associadas ao lançamento de esgoto não tratado em rios e a disposição inadequada do lixo, podem causar sérios problemas sanitários e de saúde pública, e contribuir para disseminar doenças de veiculação hídrica,
aumentando a incidência de leptospirose, de hepatites virais, de diarreias e outras.
 A leptospirose, por exemplo, é uma doença transmitida principalmente através do  contato com a água contaminada pela urina de ratos. No ano de 2008, cerca de  12% dos municípios brasileiros apresentaram casos confirmados desta doença, e em 3% ocorreram óbitos, sendo os maiores números (de casos e de óbitos) verificados nas regiões metropolitanas. Por outro lado, as taxas de internação foram mais altas no Sul do País, sobretudo no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, e estão associados às fortes inundações ocorridas neste ano. Ressaltamos, portanto, que a principal estratégia de controle deste tipo de doenças é o investimento em infraestrutura de saneamento.


Denise Maria Penna Kronemberger
Rodrigo da Silveira Pereira
Elpidio Antônio Venturini de Freitas
José Antônio Scarcello
Judicael Clevelario Junior

SANEAMENTO E MEIO AMBIENTE


Saneamento ambiental abrange aspectos que vão além do saneamento básico, englobando o abastecimento de água potável, a coleta, o tratamento e a disposição final dos esgotos e dos resíduos sólidos e gasosos, os demais serviços de limpeza urbana, a drenagem urbana, o controle ambiental de vetores e reservatórios de doenças, a disciplina da ocupação e de uso da terra e obras especializadas para proteção e melhoria das condições de vida. Assim, este capítulo procura ressaltar a natureza transversa das questões de saneamento que se relaciona também com os demais temas apresentados no Atlas. Diversos problemas ambientais estão associados à falta ou à precariedade do saneamento, tais como: poluição ou contaminação na captação de água para o abastecimento humano, poluição de rios, lagos, lagoas,  aquíferos, doenças, erosão acelerada, assoreamento, inundações frequentes, com as consequentes perdas humanas e materiais, para mencionar apenas alguns exemplos.
Entre os serviços de saneamento, o manejo de águas pluviais (MAP) em áreas urbanas constitui um dos mais importantes, considerando o crescimento das cidades e o planejamento urbano, bem como a manutenção das condições de segurança e de saúde da população. Este serviço compreende essencialmente a coleta, o escoamento e a drenagem das águas das chuvas por equipamentos urbanos compostos por redes de drenagem subterrânea e superficial, bueiros, bocas de lobo, sarjetas, dispositivos dissipadores de energia e controle de vazão, e a posterior disposição dos efluentes em pontos de lançamento ou corpos receptores que o objetivam o escoamento rápido das águas por ocasião das chuvas, prevenindo inundações, visando à segurança e à saúde da população, além de permitir a ampliação do sistema viário. 

Denise Maria Penna Kronemberger
Rodrigo da Silveira Pereira
Elpidio Antônio Venturini de Freitas
José Antônio Scarcello
Judicael Clevelario Junior