sábado, 7 de novembro de 2009

Novembro é o início da piracema...


A Piracema chegou.

O período de defeso da piracema foi criado: “A partir do momento em que um recurso começa a dar indícios de que esteja decaindo, é preciso propor normas, permitindo àqueles que vivem da pesca a continuidade da atividade, mas também a possibilidade de que os peixes continuem existindo. O defeso da piracema é apenas uma das medidas instituídas para que a pesca seja sustentável”, explica o analista ambiental Michel Lopes, do PNDPA (Programa Nacional de Desenvolvimento da Pesca Amadora – Ibama).

No Brasil, o período de piracema inicia-se — em geral — em novembro. Os peixes procuram a cabeceira em busca de águas rasas e calmas, onde vão desovar. Os ovinhos liberados são carreados rio abaixo, as larvas nascerão e entrarão nas lagoas marginais. Esse ciclo é essencial para o evento reprodutivo. Como explica Michel Lopes, trata-se não só de uma necessidade ecológica do peixe-reprodutor e dos filhotes, mas também de uma defesa: “Nessa época, a água está suja, e isso diminui a ação dos predadores”.

As espécies de peixes desovam em tempos diferentes. O analista ambiental do Ibama explica que o pacu, aracu, curimatã, entre outros, reproduzem-se primeiro. Logo em seguida desovam o dourado, pintado, jaú e cachara. A sincronia da natureza é determinada pelo hábito alimentar, para que determinados filhotes não devorem os demais.

Tornando habitual
O período de defeso da piracema foi instituído por decreto-lei e está regulamentado pela Lei n º 7.679, de 23 de novembro de 1988. Por meio do Ibama, o defeso de piracema se ajusta às bacias brasileiras, cada qual com regras próprias

E por que existem restrições à pesca?
O instinto de perpetuar a espécie fala mais alto, por isso durante a piracema, o apelo para reprodução é tão intenso que os peixes se descuidam de suas estratégias de proteção e ficam muito vulneráveis. Tornam-se presa fácil. "A viagem de centenas de quilômetros os deixa extenuados. Aí os pescadores aproveitam-se dessa fragilidade para capturá-los facilmente. Pior: em grandes quantidades", explica Rômulo Mello. "Agindo desse modo, interferem em todo o processo de perpetuação da espécie e renovação dos estoques, que será sentido na diminuição do tamanho dos peixes e na quantidade disponível para a pesca nos anos subseqüentes. Por isso é tão importante a proteção dos peixes na época da piracema", acrescenta o diretor do Ibama e alerta: "Até a viagem de barco - só a passeio pelo rio - já é prejudicial. Os motores das embarcações não só dispersam cardumes, como provocam movimento das águas que acabam por influenciar no número de ovos fecundados, evidente que prejudicando terrivelmente a reprodução".

Fonte: http://www.gorgulho.com/2007/reportagens.php?id=14
http://www.pescapara.com.br/site2/index.php?option=com_content&view=article&id=420:sobre-a-piracema&catid=53:hideki-yokoyama